1-4-1931
DIZEM que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou
passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
1-4-1931
O POETA é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que
escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
O que
determina nossa percepção e nosso nível de satisfação? Nossa sensação de
contentamento sofre forte influência da nossa tendência à comparação. Se
comparamos nossa situação actual com nosso passado e concluímos que estamos em
melhor situação, sentimo-nos felizes. Também olhamos à nossa volta e nos
comparamos com os outros. Por maior que sejam os nossos rendimentos, nossa
tendência é sentir insatisfação se nosso vizinho estiver ganhando mais.Logo,
pode-se ver como nosso sentimento de satisfação com a vida muitas vezes depende
da pessoa com quem estamos nos comparando.
Naturalmente, comparamos outros
aspectos além dos rendimentos. A comparação constante com quem é mais
inteligente, mais bonito ou mais bem-sucedido do que nós também costuma gerar
inveja, frustração e infelicidade. No entanto, podemos usar esse mesmo princípio
de modo positivo. Podemos aumentar nossa sensação de satisfação com a vida
comparando-nos com os que são menos afortunados do que nós e reflectindo sobre
tudo o que temos.
A Arte da Felicidade
Dalai Lama
(Texto adaptado)
